MOTIVAÇÃO E RAZÃO UM DELICADO EQUILIBRIO

Como você aposta em si mesmo? O desejo de superação nos impulsiona, mas pode ser interessante calibrá-lo com sensatez. Muitas abordagens prometem nos guiar, desde a astrologia até terapias alternativas. Suas visões podem fornecer inspiração, embora frequentemente careçam de fundamentos probabilísticos que esclareceremos neste artigo.
Por exemplo, alguns buscam nos astros certezas sobre seu propósito, embora seja motivador, poderia ser complementado com análises críticas. Outros adotam curas “milagrosas” sem resultados comprováveis, diante de problemas de saúde ou vícios enraizados. Todas as propostas podem fazer sentido, porque diante da complexidade da mente e da realidade, ter esperança pode ser mais motivador d…
[20:43, 07/09/2023] +54 9 2213 14-4287: POR QUE QUEREMOS TORNAR COMPLETAMENTE CERTO O INCERTO?

Muitas vezes adotamos soluções para melhorar sem sustentação suficiente. Isso se deve a limitações na forma como nossa mente evoluiu.
De acordo com pesquisas [1], o raciocínio probabilístico apresenta desafios para a mente humana. Por exemplo, prestamos atenção seletiva ao que confirmamos e descartamos evidências contrárias, como mostrou o Nobel Daniel Kahneman. Também superestimamos nossa capacidade de interpretação em áreas como saúde, como quando damos peso excessivo a experiências anecdóticas em detrimento de evidências estatísticas sobre os efeitos de certos tratamentos.
Embora represente um desafio, nossa mente tem um grande potencial de melhoria se cultivarmos o pensamento crítico e a ciência nos apoiar. De acordo com estudos do MIT, o cérebro mantém plasticidade para continuar aprendendo ao longo da vida [2]. E com estímulos adequados, é possível aumentar o coeficiente intelectual [3].
Apesar de representar um desafio, é possível aprender a avaliar explicações de maneira mais objetiva, apesar das limitações do nosso pensamento. Implementando uma abordagem científica com consistência, nossa jornada de autodescoberta pode ser mais frutífera.
No entanto, por que às vezes nos custa tanto transcender nossas limitações? Talvez para realmente melhorar, devamos aprofundar nossa compreensão sobre os matizes da mente humana. Nossa psicologia é extremamente complexa, assim como a realidade que percebemos.
Examinar detalhadamente essa máquina mental fascinante e enganosa, tanto em suas forças quanto fraquezas, pode ser indispensável para avançar. O próximo passo em nossa exploração exigirá uma observação próxima das engrenagens do cérebro e do que a ciência probabilística descobre sobre seu funcionamento.

INCERTEZA E VIRTUDES

INCERTEZA E VIRTUDES

Nas conversas anteriores, estávamos falando sobre teorias como a biologia da crença e a importância de pensar positivo para desenvolver qualidades. Mas você sabe, entender as virtudes humanas não é algo tão novo assim. Já tinha um camarada que falava sobre isso lá em 428 antes de Cristo. Mas como é que a gente pode botar ordem e uma definição mais precisa nessas virtudes com os estudos de hoje?
Além de pensar positivo, eu quero saber exatamente onde direcionar meus pensamentos e melhorar a mim mesmo. E quando falamos de virtudes, a parada parece estar ligada à compreensão do cérebro humano. Mas, meu amigo, o cérebro tem mais informação do que podemos sequer imaginar!
Dizem por aí que ele processa uns 15 petaflops por segundo! Isso é mais unidades de informação (0 ou 1) do que grãos de areia no deserto… POR SEGUNDO! Ou seja, o cérebro é um oceano de incertezas, tem um monte de coisas que simplesmente não podemos saber. Por isso, talvez seja interessante estudar um pouquinho conhecimento da incerteza para compreender essas virtudes.
Esse tal conhecimento sobre incerteza tem tudo a ver com probabilidade. Sabe quando a gente joga uma moeda para o alto e não temos ideia de qual lado vai cair? Mas a gente pode estimar a probabilidade, tipo uns 50% para cada lado. Essa parada de incerteza também serve tanto para moedas quanto para descobrir o que é mais provável num crime. Então, por que não aplicar isso para descobrir o que é mais provável de funcionar nesse cérebro maluco?
E olha só, assim como o cérebro, a vida e a realidade das pessoas podem ser um turbilhão de coisas diferentes. Tem tanta variável por aí! Por isso, a gente precisa simplificar as coisas, porque o cérebro já tá bombardeado com um monte de informações do ambiente. E não podemos esquecer que vivemos nessa sociedade da informação, onde tudo ficou mais caótico. Então, talvez seja melhor simplificar tudo, voltar a um ambiente mais básico, mais tribal, para tentar entender como o cérebro se comporta em relação a essas virtudes.
E tem mais uma coisa: o cérebro foi moldado ao longo de 2.600.000 anos e a gente tá na sociedade da informação faz só uns 50 anos. Então, o que você acha que é mais provável: que o cérebro tá mais adaptado pra viver como numa tribo depois de 2.600.000 anos, ou nos últimos 50 anos? Aí a gente pode estudar as tendências de comportamento do cérebro de acordo com a probabilidade.
Ei, aí a gente poderia ter um mapa dessas virtudes humanas e ver onde elas se encaixam, sabe? Tipo, entender a necessidade delas e a função que elas têm. Aí, com esse mapa, eu consigo descobrir pra onde direcionar minha motivação, sabe? Aí, a gente poderia buscar ser mais virtuosa (o) de acordo com a nossa própria realidade.
Olha só, se a gente usar o conhecimento sobre incerteza, probabilidades e simplificar as coisas pra entender nossas tendências de comportamento, então a gente tem uma metodologia de como organizar essas virtudes, mesmo que as realidades humanas sejam todas diferentes e os cérebros estejam cheios de informação. Errado ou certo? Se faz sentido, qual é a chance real de melhorar de verdade, hein? Falamos no próximo texto.
Gabriel de Siqueira Brito

ESTIMA-TE A TI MESMO –  INTRODUÇÃO

ESTIMA-TE A TI MESMO – INTRODUÇÃO

O problema

O livro “A Evolução dos Vieses Cognitivos” e os artigos da Association for Psychological Science indicam que existem 194 padrões diferentes de falhas no raciocínio cerebral (vieses cognitivos). Além disso, Daniel Kahneman, que ganhou um Prêmio Nobel de Economia e inspirou o livro “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”, demonstrou quanto dinheiro pode ser perdido se não analisarmos profundamente a realidade. A série “Brain Games”, com suas 9 temporadas, também mostra como podemos estar equivocados sobre as coisas que observamos. Vivemos em uma sociedade cheia informação, redes sociais e vídeos adoráveis de gatinhos (bem, esse último não é tão ruim), tudo isso pode ser difícil, pode nos sobrecarregar e influenciar negativamente nosso pensamento crítico. Por que isso acontece?

Pode ser importante considerar que nosso cérebro foi moldado durante 2.600.000 anos para se adaptar a um ambiente tribal simples, e só vivemos na sociedade da informação há cerca de 50 anos. Se compararmos com uma vida humana, isso equivale a tentar se adaptar a um novo ambiente em apenas 5 horas depois de termos estado acostumados a outro por 260 mil horas.

Além da complexidade do ambiente, o cérebro também pode ser muito complexo. Estudos atuais sobre o cérebro sugerem que ele é capaz de realizar mais operações por segundo do que grãos de areia num deserto (até 100 quintilhões de operações por segundo). Somando a complexidade do cérebro e ambiente, podemos estar mais equivocados sobre nós mesmos do que pensamos.

Hipóteses y Virtudes

Por isso, pode ser interessante ter um método para nos adaptarmos melhor hoje. Se simplificarmos as coisas para entender nossas tendências comportamentais, podemos ter uma metodologia para potencializar nossas virtudes.

Em conclusão, tanto o cérebro quanto a realidade que nos rodeia são muito complexos. Há muitas coisas que simplesmente não podemos saber com certeza, mas talvez possamos estimar.

Ao estabelecer metas realistas ao buscar mudanças positivas em nosso comportamento ou hábitos, podemos avançar em direção a eles com sucesso e alcançar uma vida mais plena e satisfatória. Por exemplo, digamos que você sempre quis ser mais comunicativo e organizado, mas sente como se nunca pudesse conseguir devido às distrações modernas ao seu redor. Ao compararmos os mundos tribais antigos com o mundo moderno, podemos perceber que a necessidade humana básica de comunicação e estrutura ainda está presente hoje – apenas se expressa de maneiras diferentes.

Considerando isto, pode ser útil pensar em como nossos ancestrais resolveram esses problemas no passado para aplicá-los à nossa vida atual. Podemos estimar como nosso cérebro funciona através da análise comparativa entre esses dois mundos tão diferentes: o mundo tribal antigo e nosso mundo moderno cheio de tecnologia avançada. Dessa forma, poderíamos ter um mapa das nossas virtudes pessoais e como encaixá-las dentro da nossa realidade pessoal.

No próximo texto apresentarei uma proposta sobre como definir e organizar nossas virtudes pessoais para ajudarmos na busca por mudanças positivas que desejamos fazer em nossas vidas. Gabriel de Siqueira Brito

MOTIVAÇÃO

Nos últimos textos, avaliamos a biologia da crença como uma forma de nos aprimorar, reconhecendo seus bons indicativos iniciais que podem ajudar a motivar e a alcançar um melhor estado de ser. No entanto, é importante ressaltar que nem sempre aquilo que nos motiva nos leva a uma melhoria a longo prazo, não é mesmo?
Às vezes, quando questionamos o que nos motiva, percebemos que essa motivação não está alinhada com a realidade ou com nossos verdadeiros valores e objetivos. Podemos nos encontrar em situações em que estamos buscando recompensas imediatas ou gratificações momentâneas, em detrimento de um crescimento significativo e duradouro.
Um exemplo prático e comum é a procrastinação. Muitas vezes, adiamos tarefas importantes que são necessárias para atingir nossos objetivos de longo prazo em favor de atividades mais agradáveis ou gratificantes no momento, como assistir televisão ou navegar nas redes sociais. Embora essas atividades possam ser divertidas no curto prazo, elas podem nos impedir de alcançar nossos objetivos maiores e ter um impacto negativo em nossa autoestima e bem-estar.
Outro exemplo pode ser encontrado na área da saúde e fitness. Por exemplo, algumas pessoas podem se motivar por recompensas imediatas como comer alimentos pouco saudáveis ou pular exercícios regulares em vez de focar em hábitos alimentares saudáveis e rotinas consistentes de exercícios que ajudariam a melhorar sua saúde geral ao longo do tempo.
Esses exemplos mostram como podemos facilmente cair na armadilha da motivação momentânea sem considerarmos as implicações futuras dessas escolhas. É importante lembrarmos sempre dos nossos valores centrais e metas maiores para tomarmos decisões conscientes alinhadas com o nosso crescimento significativo e duradouro.
Quando se trata de encontrar maneiras de alinhar nossas motivações com nossos valores, há várias abordagens que podem ser úteis. Uma delas é a psicologia positiva, um campo da psicologia que se concentra em identificar e promover as emoções positivas e os traços humanos saudáveis. Segundo um estudo publicado na revista científica “Journal of Positive Psychology”, uma das principais intervenções da psicologia positiva é ajudar as pessoas a identificar seus valores centrais e usá-los como guias para suas escolhas diárias. Outra abordagem efetiva pode ser encontrada no livro do autor Simon Sinek intitulado “Start With Why” (Comece com o Porquê), onde ele argumenta sobre a importância de entender por que fazemos o que fazemos antes de definir como ou o quê fazer. Esses exemplos nos mostram algumas estratégias possíveis para alinhar nossas motivações com nossos valores mais profundos e viver uma vida mais significativa e satisfatória.
Em resumo, existem várias abordagens diferentes para ajudar a alinhar nossas motivações com nossos valores mais profundos. A chave é encontrar aquela(s) que melhor se adapta(m) às suas necessidades individuais e aplicá-la(s) consistentemente ao longo do tempo. Como fazer isso mais rapidamente? Como organizar e hierarquizas as virtudes e valores para nosso objetivo?

Gabriel de Siqueira

Saúde e Produtividade

Saúde e Produtividade

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Quero saber como melhorar minha saúde e produtividade e começo com um cientista que foi do mecanicismo para uma teoria sobre a onda do pensamento ser o principal fator da saúde: Bruce Lipton e a Biologia da Crença

Embora a Biologia da Crença seja uma hipótese controversa e ainda não totalmente validada, quero começar sem medo (já que o autor defende que o medo seria o principal que afeta a saúde). Por isso, neste texto segue alguns indicadores que sugerem que essa teoria anti-newtoniana pode ser apoiada por evidências.  Aqui estão alguns pontos que podem indicar a potencial verdade da teoria:

1- Pesquisa emergente: Embora a Biologia da Crença seja uma hipótese relativamente nova, há algumas pesquisas emergentes que apoiam a ideia de que nossos pensamentos e emoções podem impactar nossa biologia.  Por exemplo, a pesquisa mostrou que o estresse pode afetar nosso sistema imunológico e que práticas como meditação e atenção plena podem ter efeitos positivos em nossa saúde física e mental.

2- Epigenética: A Biologia da Crença é baseada em parte no conceito de epigenética, que é o estudo das mudanças na expressão gênica que não são causadas por mudanças na sequência do DNA.  Há evidências que sugerem que nosso ambiente e experiências podem afetar nossos marcadores epigenéticos, que por sua vez podem afetar nossa saúde e bem-estar.

3- Efeito placebo: O efeito placebo é um fenômeno bem documentado no qual a crença de uma pessoa em um tratamento pode levar a uma melhora mensurável em sua saúde.  Embora os mecanismos exatos do efeito placebo não sejam totalmente compreendidos, isso sugere que nossas crenças e percepções podem afetar nossa biologia.

4- Intervenções mente-corpo: há algumas evidências que sugerem que intervenções mente-corpo, como terapia cognitivo-comportamental e redução do estresse baseada em mindfulness, podem ter efeitos positivos em nossa saúde e bem-estar.  Embora os mecanismos exatos dessas intervenções não sejam totalmente compreendidos, eles sugerem que nossos pensamentos e emoções podem afetar nossa biologia.

Por um lado, o autor nos coloca como vítimas do meio e por outro lado responsáveis por quem somos. Em conjunto ele usa uma analogia que um corpo é uma cidade e que a consciência pode governá-lo bem ou mal. Além disso, a capacidade dessa consciência de governar depende principalmente do meio. Pode parecer um tanto contraditório, mas Lipton nos diz que poderíamos controlar esse meio de formas não muito complexas e sermos melhores e mais saudáveis.

No entanto, necessitaria testar seus métodos com grupos de pessoas para definir consciência e o poder que uma pessoa tem para governar sua cidade. No próximo texto quero explorar indicativos que diminui a probabilidade de uma pessoa governar sua cidade.

Desta maneira eu quero buscar um olhar crítico e avaliar as evidências disponíveis.  Embora a Biologia da Crença ainda não seja totalmente validada pela pesquisa científica, ela gerou discussões importantes sobre a conexão mente-corpo e o potencial para uma abordagem mais holística da saúde e do bem-estar.